terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O que levamos desta vida?

Algumas vezes ouvi pessoas dizerem que o dinheiro não deve ser acumulado, porque quando morremos não o levamos conosco. Já ouvi dizerem que “caixão não tem gavetas”, como forma de demonstrar que desta vida não levamos nada para a outra. “Se é que tem outra”, alguns podem dizer. A Bíblia Sagrada diz que a nossa verdadeira vida não é esta. Esta vida aqui é como se fosse um pré-vestibular: depois do exame, entraremos na eternidade. Eu quero estar ao lado do Pai, desfrutando das suas delícias. Por isso, me esforço nesta vida para seguir a Deus e trato de viver estes efêmeros momentos terrenos de uma forma mais elevada.
Portanto, se não levamos nada desta vida para a outra, amados, porque há gente que acumula mágoas, tristezas, rancores. Quando formos para o caixão, estaremos zerando tudo. Aquela ferida que você cultivou, vai ficar aqui na terra. Aquela mágoa não perdoada vai ficar aqui na terra. O monte de ressentimento que você guardou com tanto zelo e carinho, vai ficar para trás. Tanta gente te avisou para perdoar, tanta gente te pediu para não guardar mágoa e você não deu ouvidos. Preferiu ouvir a voz do orgulho e se negou a abrir mão da mágoa e usar do perdão. Amado, para o caixão não levamos NADA desta vida para outra. Deixamos tudo aqui. O que foi bom e o que foi ruim. Nossos bens materiais, nossos bens sentimentais, tudo. Portanto, tratemos de nos preocupar com os bens espirituais, estes sim nos acompanharão para a eternidade. A caminhonete, não levamos. Os belos momentos vividos com o amante também não levamos. Levamos o que experimentamos com Deus. Perdoe hoje, se livre desta carga que você vem carregando.
Livre-se de tudo aquilo que não significa nada para o momento em que nenhum de nós pode escapar: a morte.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A ditadura do ego

Hoje vivemos a era do “EU”. “Eu quero”, “eu gosto e não devo satisfação a ninguém”, “se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”, “minha satisfação é o que me interessa” e muitas expressões mais recheiam nosso cotidiano demonstrando que o “EU” é infinitamente mais importante que o “você” ou que o “nós”. Muito depois do “EU” pode ser que venha “você”, se “você” de alguma forma significar algo bom ou importante para o “EU”. O “nós” muito poucas vezes, acredito quase nunca é importante.
Quando um jogador de futebol comemorava um gol, feito por ele em uma copa do mundo, ele comemorava sua vitória com uma NAÇÃO. Em 2002 o Cafú sobe ao pódium como penta-campeão, e diz em cadeia nacional e internacional: “Te amo, meu amor”. Talvez querendo compensar sua esposa por sua ausência ou algo parecido. Me parece que um pentacampeonato mundial deve ser dedicado ao povo brasileiro, pois foi com a camisa do Brasil que ele foi lutar. Eu, como cidadã brasileira, esperava que ele dissesse: “Brasil, eu te amo”, ou “Brasil, essa foi para você”, quem sabe “eles vão ter que nos aturar”. Mas não, o Cafú entrega tamanha vitória, com milhões de torcedores o apoiando, à sua esposa que eu mesma nunca vi o rosto. Creio que um presente assim é muito, mas muito mais significativo que um diamante. Sua esposa tomou o lugar de milhões de brasileiros. O mundo inteiro viu o Cafú exercitando seu ego no seu mundinho particular. Eu fiquei indignada na época. Fiquei com vergonha de ser brasileira pelo que ele fez. Nacionalismo, “nós”, são coisas desaparecidas. A atitude do Cafú demonstra que ele não foi à Copa para representar e vencer por uma nação, foi defender seu bolso. Foi representar seu ego. Que pequeno! Mas não nos damos conta, amados, e todos os dias estamos fazendo coisas como o Cafú.

Quando o ego está comandando qualquer ação, o objetivo desta ação se for coletivo, não é alcançado. Quando o Cafú pega algo coletivo e trás para si, frustra o coletivo. No momento em que deveria estar embriagado de honra por uma nação, remete esta honra para dentro de si mesmo. Esquisito, descabido, infeliz foi o Seu Cafú.

Quando vejo uma mãe pobre bem vestida, com roupas novas e seus filhos com roupas velhas, amassadas, rasgadas, “sujinhas”, vejo o ego sendo mostrado. Seu cabelo pintado, alisado, suas unhas feitas, brincos enormes, parece que saiu do salão agora. Amados, não estou falando contra a vaidade das mulheres, nem que se arrumar é pecado. Estou colocando um contra-ponto aqui que é a forma como os filhos se apresentam. Se ela precisa estar bem, porque não olha seus filhos como parte dela também?

Meu marido é de uma família que tem o ego “inflado”. Seu orgulho não cabe nele mesmo. O Espírito Santo me levou a ver como meu marido sofre por causa do seu ego. Porque sua mente está sempre agindo de forma que ele saia por cima de uma situação. Ele não pensa no coletivo quando tem que resolver algo, pensa em como vai ficar sua imagem. Por que ele não pode se humilhar, ele não pode ser simples e resolver tudo da melhor forma para todos. Tem que pensar no seu ego e na sua pose. Coitado, entra em cada “furada”.

Estes são apenas alguns poucos exemplos de como o ego pode nos atrapalhar. Servir ao ego atrapalha a nós mesmos e ao todo. Porque o todo subjuga o ego. E é tão lindo ter o ego subjugado pelo todo. Abrir mão de si mesmo para algo bom para o conjunto.

O ego sempre quer mais para si mesmo. O ego nunca pensa no todo. Nunca pensa no outro. O ego é insaciável em fartar-se de si mesmo. O ego vai sempre querer mais e mais daquele que o serve. No caso, nós mesmos. Se você servir ao seu ego, ele vai te isolar, ele vai te escravizar, ele vai te enrolar, ele vai fazer você entregar a honra pela desonra. Ele vai te deixar incomunicável. Só. Lunático. No seu mundinho de aparências.

O ego sempre está envolvido com mentiras. Mentiras para colocá-lo sempre “por cima”. O ego faz você ter respostas lentas e na maioria das vezes distantes da compreensão de todos. Quem serve ao ego é sempre inseguro, porque no fundo sabemos de nossas limitações. O ego nos afasta de Deus.

Mas Jesus veio para nos livrar do nosso ego. Temos que subjugar nosso ego a Deus, ao Todo Poderoso. Em João 8: 31-59, vemos um grupo de pessoas que abandonaram Jesus pois não suportaram o desafio imposto por Ele: O de deixarmos nosso ego e seguirmos a Jesus. As explicações de Jesus não convenciam seus egos. Eles não consideraram justo, o suficiente, as explicações de Jesus e O julgaram. Deixando-O então.

Nosso ego nos escraviza, Jesus veio para libertar os escravos. A fé não convive com o ego. Portanto, amados, aceitem a este Jesus de todo o coração e deixem o seu ego que só quer escravizá-lo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O casamento acaba?

Dias atrás, dando uma olhada na televisão e acompanhando por um instante uma cena de novela, vejo uma mulher dizer: “Meu casamento acabou!”
Expressão que eu mesma considerava tão normal antes de ver minha vida transformada pelo amor de Deus, infelizmente, vejo esta afirmação não somente em novelas de autores cuja cultura nós sabemos bem qual é, mas também vejo sendo justificativa até mesmo no meio evangélico para divórcios.
São pessoas, sem discernimento espiritual algum, que freqüentam igrejas há mais de duas décadas e que não vêem nesta simples frase a força de destruição do nosso inimigo em nosso meio. Pessoas que permitem que a cultura do mundo invada os conceitos contidos na bíblia e que zombem descaradamente do que Deus nos instrui em suas palavras: “O inimigo vem para matar, roubar e destruir” (João 10: 10).

Fico chocada com isso! De que servem os estudos bíblicos, as pregações, a palavra de Deus, a condução do Espírito Santo em nossas vidas, se não recebemos estas instruções para nossas vidas e entendemos como praticá-las?

Amados, o casamento nunca acaba. Quando o mundo diz que o casamento acaba, ele quer dizer que havia um interesse superficial e momentâneo nesta aliança. Havia um jogo de interesses. Quando o mundo diz que um casamento acabou, está tratando esta instituição sagrada e amada por Deus como uma atividade de troca, onde só me serve se eu estiver recebendo algo em troca. Se estiver me satisfazendo.

Amados, Deus nos chama ao casamento para doarmos, e não para recebermos. Um casamento é feito de tolerâncias, de perdões, de “calar-se”, de doar-se, de altruísmo, de amor, de respeito. O casamento é a grande oportunidade que Deus nos dá de exercermos tudo o que aprendemos em sua palavra e de não darmos lugar à nossa carne.

Quem disse que o casamento acaba? Quem disse que o outro não é tão bom para nós? “Ah, mas o marido dela não presta. Ele a trai.” Meu Deus, que falta de discernimento. Sabemos que o nosso inimigo vem para matar, roubar e destruir. Roubar nosso marido, destruir nosso casamento e matar nossa família. Esta pré-disposição à crítica, amados, serve apenas para nos causar insatisfação. O casamento não é uma fonte de prazer no sentido que o mundo nos induz a pensar que é prazer. O prazer que o casamento nos oferece é o de conquistar algo para nós e para os que amamos. A vitória que o casamento nos dá é a de vencermos a nós mesmos. O casamento é o espaço para que lutemos contra nós mesmos e não contra o nosso cônjuge.

O casamento é feito de percalços. O cônjuge não existe para satisfazer-nos. Um casamento é feito por mais do que um casal. Um casamento é feito também de filhos. Portanto é muito egoísta pensar que “meu casamento não me faz mais feliz, então quero me separar”. Mas também é egoísta ficar parado esperando ser satisfeito pelo outro. Amados, o amor é altruísta, ou seja, se satisfaz com o doar, com o fato de ver o outro bem.

Portanto o que devemos fazer? Aturar um marido infiel, aturar um marido violento, aturar um marido pobre, aturar um marido preguiçoso, aturar um marido distante, aturar um marido frio, machista, aturar um marido ciumento? E quantos mais adjetivos poderiam encontrar para definir os “defeitos” de nossos maridos. E o mesmo vale para o caso dos maridos também: esposas frias, esposas intolerantes, esposas preguiçosas, esposas inseguras, esposas relaxadas, tantos mais adjetivos possamos encontrar.

Amados, precisamos de mais amor nos casamentos. Mais amor na criação dos filhos, mais amor a tudo o que é nosso e de nossa responsabilidade.

Um casamento é um bem precioso que Deus nos dá. Temos que cuidar dele todos os dias para que ele fique melhor a cada ano que passa. Se tratarmos bem ao nosso marido ao invés de ficarmos pensando no que ele tem que nos dar, o que precisamos dele virá com naturalidade. Amados, amor não se exige, se dá.

O casamento é um patrimônio ao qual devemos nos orgulhar de ter após décadas de vida em comum. Não temos que ser iguais e nem fazermos as mesmas coisas. Compartilhar é respeitar o outro com suas preferências e também limitações.

Meu coração não precisa “bater acelerado” cada vez que vejo meu marido. E nem preciso desejar estar horas beijando-o. Por que estas coisas não acontecem não quer dizer que não há mais amor. Já passamos por esta fase. Hoje vemos o que construímos todos os dias. Vejo como crescemos juntos e admiramos o que construímos. Pode ainda não ser o que esperava, mas estamos caminhando. Muito há para ser feito – juntos.

Aguarde o próximo texto e aprenderá o que fazer para obter mais deste bem que Deus nos dá.