domingo, 21 de fevereiro de 2010

A ditadura do ego

Hoje vivemos a era do “EU”. “Eu quero”, “eu gosto e não devo satisfação a ninguém”, “se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”, “minha satisfação é o que me interessa” e muitas expressões mais recheiam nosso cotidiano demonstrando que o “EU” é infinitamente mais importante que o “você” ou que o “nós”. Muito depois do “EU” pode ser que venha “você”, se “você” de alguma forma significar algo bom ou importante para o “EU”. O “nós” muito poucas vezes, acredito quase nunca é importante.
Quando um jogador de futebol comemorava um gol, feito por ele em uma copa do mundo, ele comemorava sua vitória com uma NAÇÃO. Em 2002 o Cafú sobe ao pódium como penta-campeão, e diz em cadeia nacional e internacional: “Te amo, meu amor”. Talvez querendo compensar sua esposa por sua ausência ou algo parecido. Me parece que um pentacampeonato mundial deve ser dedicado ao povo brasileiro, pois foi com a camisa do Brasil que ele foi lutar. Eu, como cidadã brasileira, esperava que ele dissesse: “Brasil, eu te amo”, ou “Brasil, essa foi para você”, quem sabe “eles vão ter que nos aturar”. Mas não, o Cafú entrega tamanha vitória, com milhões de torcedores o apoiando, à sua esposa que eu mesma nunca vi o rosto. Creio que um presente assim é muito, mas muito mais significativo que um diamante. Sua esposa tomou o lugar de milhões de brasileiros. O mundo inteiro viu o Cafú exercitando seu ego no seu mundinho particular. Eu fiquei indignada na época. Fiquei com vergonha de ser brasileira pelo que ele fez. Nacionalismo, “nós”, são coisas desaparecidas. A atitude do Cafú demonstra que ele não foi à Copa para representar e vencer por uma nação, foi defender seu bolso. Foi representar seu ego. Que pequeno! Mas não nos damos conta, amados, e todos os dias estamos fazendo coisas como o Cafú.

Quando o ego está comandando qualquer ação, o objetivo desta ação se for coletivo, não é alcançado. Quando o Cafú pega algo coletivo e trás para si, frustra o coletivo. No momento em que deveria estar embriagado de honra por uma nação, remete esta honra para dentro de si mesmo. Esquisito, descabido, infeliz foi o Seu Cafú.

Quando vejo uma mãe pobre bem vestida, com roupas novas e seus filhos com roupas velhas, amassadas, rasgadas, “sujinhas”, vejo o ego sendo mostrado. Seu cabelo pintado, alisado, suas unhas feitas, brincos enormes, parece que saiu do salão agora. Amados, não estou falando contra a vaidade das mulheres, nem que se arrumar é pecado. Estou colocando um contra-ponto aqui que é a forma como os filhos se apresentam. Se ela precisa estar bem, porque não olha seus filhos como parte dela também?

Meu marido é de uma família que tem o ego “inflado”. Seu orgulho não cabe nele mesmo. O Espírito Santo me levou a ver como meu marido sofre por causa do seu ego. Porque sua mente está sempre agindo de forma que ele saia por cima de uma situação. Ele não pensa no coletivo quando tem que resolver algo, pensa em como vai ficar sua imagem. Por que ele não pode se humilhar, ele não pode ser simples e resolver tudo da melhor forma para todos. Tem que pensar no seu ego e na sua pose. Coitado, entra em cada “furada”.

Estes são apenas alguns poucos exemplos de como o ego pode nos atrapalhar. Servir ao ego atrapalha a nós mesmos e ao todo. Porque o todo subjuga o ego. E é tão lindo ter o ego subjugado pelo todo. Abrir mão de si mesmo para algo bom para o conjunto.

O ego sempre quer mais para si mesmo. O ego nunca pensa no todo. Nunca pensa no outro. O ego é insaciável em fartar-se de si mesmo. O ego vai sempre querer mais e mais daquele que o serve. No caso, nós mesmos. Se você servir ao seu ego, ele vai te isolar, ele vai te escravizar, ele vai te enrolar, ele vai fazer você entregar a honra pela desonra. Ele vai te deixar incomunicável. Só. Lunático. No seu mundinho de aparências.

O ego sempre está envolvido com mentiras. Mentiras para colocá-lo sempre “por cima”. O ego faz você ter respostas lentas e na maioria das vezes distantes da compreensão de todos. Quem serve ao ego é sempre inseguro, porque no fundo sabemos de nossas limitações. O ego nos afasta de Deus.

Mas Jesus veio para nos livrar do nosso ego. Temos que subjugar nosso ego a Deus, ao Todo Poderoso. Em João 8: 31-59, vemos um grupo de pessoas que abandonaram Jesus pois não suportaram o desafio imposto por Ele: O de deixarmos nosso ego e seguirmos a Jesus. As explicações de Jesus não convenciam seus egos. Eles não consideraram justo, o suficiente, as explicações de Jesus e O julgaram. Deixando-O então.

Nosso ego nos escraviza, Jesus veio para libertar os escravos. A fé não convive com o ego. Portanto, amados, aceitem a este Jesus de todo o coração e deixem o seu ego que só quer escravizá-lo.

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